quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

POEMAS SOBRE O HOLOCAUSTO



Senhor Deus dos desgraçados!
 Dizei-me, Vós, Senhor Deus!
 Se é loucura… se é verdade
 Tanto horror perante os céus?!”


Banalidade do mal,
 Um retrocesso, imoral,
 Pensou a Poeta, um dia…
 E veio à tona o temor
 De, ante tanto desamor,

 Não haver mais poesia.
Como pensar poesia
 (Que a luz humana irradia),
 Diante de tal horror?

 Tormento que assola a gente,
 Que torna o ser impotente,
 Perplexo, puro estupor?

Como entender tanta injúria,
 Tanta atividade espúria,
 Maldosa, feroz, insana?…
 A revelação mais dura
 Da face mais obscura

 Da natureza humana…


Quantas ilusões perdidas,
 Infâncias interrompidas,
 Esperanças decepadas…
 Quantas lúbricas medidas
 Transformando sobrevidas

 Em almas atormentadas…


Infelizmente herdamos
 Todos nós, que aqui estamos,
 Esse espólio de maldade.
 Como vítimas de um Fausto
 Sobre as cinzas do Holocausto,

 Caminha a Humanidade


Mas podemos, conscientes,
 Eliminar as sementes
 Que a intolerância traz.
 Acabar com toda guerra,
 E reinventar a Terra,

 Dar-lhe um futuro de paz…


Semear fraternidade,
 Colher só felicidade
 E combater toda dor…
 Abrir coração e mente,
 Batalhando, simplesmente,
 Nas trincheiras do amor…

Defender a liberdade
 Não deve ser, em verdade,
 Mera preocupação.
 Combater a injustiça
 Tem de ser uma premissa,
 Verdadeira obsessão.


O inferno do Holocausto,
 Algoz, fruto da infâmia,
 Não pode ser repetido!
 E justamente por isso
 Não pode – e não deve – ser

 Nunca, jamais, esquecido!

 Oriza Martins
Fevereiro 2007

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